domingo, 7 de outubro de 2018

EU E MEU FILHO AMADO, CAETANO, NO SHOW DE CAETANO E SEUS FILHOS.



Há muito tempo não assistia a um show deste porte. Sou muito grato à vida por me proporcionar este momento. Ainda mais junto com meu filho!!
O Espaço das Américas, que eu não conhecia, é uma casa de shows excelente. Mesmo não estando nas primeiras mesas, é possível uma ótima visibilidade da performance dos artistas.
Caetano, o Veloso, estava gripado. O seu esforço para manter a qualidade das interpretações deixou o show ainda mais emocionante.
Todo o show Ofertório é construído em torno de uma história familiar e a condução de um legado de Santo Amaro para o mundo. De Alegria, Alegria, que abre o show, passando por Alexandrino até Um Tom, que encerra o bis.
A ligação de tudo se dá logo após a maravilhosa Genipapo Absoluto, quando Caetano fala que não tem religião, que seus dois filhos mais novos são cristãos convictos e que Moreno é macumbeiro (para delírio da plateia) com tendências hinduístas e budistas. Então, comenta a canção Ofertório que escreveu na Voz de D. Canô, para ser cantada na missa dos seus 90 anos. Ele dedica a canção à religiosidade dos filhos.

Vale a pena reproduzir a letra e vislumbrar a sensibilidade do compositor em se colocar no lugar da vivência da matriarca.
“Tudo que por ti vi florescer de mim Senhor da vida Toda essa alegria que espalhei e que senti trago hoje aqui Todos estes frutos que aqui juntos vês Senhor da vida Eu em cada um deles e em mim todos os teus fiéis, ponho a teus pés Consentiste que minha pessoa fosse da esperança o teu sinal uma prova de que a vida é boa e de que a beleza vence o mal Tudo o que se foi de mim mas não perdi Senhor da vida os que já chorei os que ainda estão por vir oferto a ti Consentiste que minha pessoa fosse da esperança o teu sinal uma prova de que a vida é boa e de que a beleza vence o mal Tudo o que se foi de mim mas não perdi Senhor da vida os que já chorei os que ainda estão por vir oferto a ti”.
Moreno comanda o show com o pai e é o responsável pelos momentos mais divertidos.
Todos os filhos cantam canções próprias e tocam vários instrumentos.
No telão, para os mais atentos, dá pra ver a incrível semelhanças das mãos e da maneira de conduzir os instrumentos.
A plateia paulistana emocionou-se mais com “Força Estranha” com belo arranjo de vozes, uma celebração do Tempo.
Eu, que trabalho com o Tempo e confundo as histórias da música brasileira com a minha pequena história, vivi o êxtase com Oração ao Tempo, Reconvexo e Canto do Povo de Um Lugar.
Venho rezando a novena de D. Canô há muitos anos e é bom ter histórias pra contar.
Eu quero seguir vivendo, amor,
Por que não?
how beautiful could a being be




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