sexta-feira, 28 de outubro de 2022

3 de outubro de 2022



No meu pequeno município ontem. Na fila para votar durante uma hora e meia. A impressão de uma imensa maioria com camisa amarela da seleção brasileira. Uns explicavam para outros o gigantesco crescimento econômico do governo Bolsonaro, mesmo com uma pandemia e uma guerra (não estou brincando, o grau de hipnose é tanto que, mesmo não tendo emprego, mesmo tendo que devolver itens no carrinho do supermercado por não conseguir mais pagar, eles acreditam no sucesso econômico).
Os demais, usando cores neutras, permaneciam calados. Vendo o resultado das eleições aqui, imagino que todos, como eu e minha família, estavam com medo. Sabíamos que a hipnose do WhatsApp bolsonarista desperta o pior do ser humano, com tendência à violência psicopata. Ninguém queria se arriscar.
Lembro que no segundo turno de 2018 levamos um livro para nos identificar. Quem sabe consigamos pensar em algum símbolo positivo para este segundo turno, em 2022, expressando solidariedade entre nós. Não estamos sozinhos, embora acuados, por aqui somos a maioria.


O mais triste deste processo é o bolsonarismo-lavajatismo ter transfigurado alguns parentes e amigos. Tratavam-se de pessoas simples - com qualidades e coisas ainda por aprender, como todo mundo – com suas crenças, religiosidades, valores, incoerências, pequenas alegrias e lutas.
Hoje comportam-se como demônios encarnados, que expelem fel o tempo todo, propagando o ódio e a mentira, justificando todo o mal possível pelo fim da exaltação de seu novo deus.
Isto, por enquanto, ainda não consigo perdoar.