sexta-feira, 4 de junho de 2021



E VAMOS CEDENDO
O ideal, pensando na democracia, na economia e, claro, principalmente, na importância de cada vida humana, seria o afastamento imediato de Bolsonaro e sua milícia do governo, com um pacto contíguo pela vacinação emergencial de todos os brasileiros e uma tentativa de pacto pela honestidade, sem tolerâncias a mentiras propagadas deliberadamente que apenas promovem o caos e o ódio, atmosfera mental em que a população brasileira se encontra neste momento.
O problema é que seu afastamento institucional certamente geraria o que Bolsonaro mais deseja e mais prepara: o acirramento e a guerra civil.
O bolsonarismo não governa para a paz. Nunca desejou a paz e nunca fez um convite a qualquer forma de conciliação nacional.
Com esta tática, ele vem ganhando cada vez mais espaço e, tal qual os seus predecessores fascistas dos séculos XX, governa com um misto de medo, propaganda mentirosa e desinstitucionalização.
Em 1932, 37% dos eleitores alemães votaram no partido de Hitler e logo ele assumiu o governo do país. Jornais da época tratavam de conter os receios quanto às suas pregações descabidas, argumentando que logo "ele poderia ser controlado por conselheiros mais experientes, ou ele logo deixaria a política. Afinal, ele precisava de partidos tradicionais para governar" ( STUENKEL, O.).
A não-punição do general Pazuello que, claramente, cometeu um crime em relação aos regimentos militares indica o caminho que estamos seguindo: cedendo às pressões e ao medo.
Tirar a esperança de seus opositores foi a principal tática para o nazismo triunfar na Alemanha.
2022 poderá ser tarde demais. Com certeza será para muitas pessoas deliberadamente não vacinadas por este governo.