quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Amar, amar...





Tenho amigos que professam várias religiões. Protestantes históricos, evangélicos, católicos carismáticos, católicos mais próximos da Rerum Novarum e do Vaticano II, budistas, judeus, espíritas cristãos...
Tenho, inclusive, bons amigos ateus.
Já tenho idade suficiente para compreender que o que importa não é a aparência, a declaração em exterioridade. 
O que importa mesmo é o que se encontra no coração das pessoas e seus atos para com os outros.
Muitas vezes a religião foi usada para apartar as pessoas.
Mas, a verdadeira religiosidade nos aproxima dos outros.
A verdadeira religiosidade é tolerante, benevolente e ensina a amar.
Que bom se todas as religiões, ideologias, doutrinas... se dedicassem a ensinar a amar incondicionalmente.
Este amor puro que percebe quando os outros estão bem e quando não estão.
Que se compromete, mesmo em silêncio.
É muito bom ter amigos e poder amar.
“Cultivemos em nós a planta do amor” (Sto. Agostinho).


Jean 05/11/2010

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Orientalismo




À noite sou Oriente
Ao Sol, Ocidente
À noite, às vezes, sou quente
Nem sempre
De dia, às vezes, sou gente
Sou Norte
O Sul, à noite,
Tem sido meu lado mais forte
De dia, às vezes, reflito
À noite, agito
De dia, quando sou Sul,
No meu Ocidente o céu é mais azul
Mas é à noite, quando Oriento,
Que norteio o meu viver
Por este mundo adentro.


Jean Moreno, década de 1990.

Pra outro lugar...




Todos, por vezes, temos vontade de fugir.
Acredito que é um ato necessário, um respiro, desde que a volta seja programada.
A viagem física ou mental faz-nos renovar as energias.
Fugir deste mundo das opressões, das auto-opressões, dos descasos, das vigilâncias...


Jean Moreno, 17/10/2010

terça-feira, 29 de dezembro de 2015



Um novo mundo está nascendo.
Precisamos reinventar nossos referenciais para entendê-lo.


Jean Moreno, 11/08/2011.

Coração




O coração bate
E a cama balança
O coração bate
A cama balança
O coração para
A cama descansa
O coração dói
E à cama corrói
O coração requebra
E a cama se quebra
O coração bate
Na cama


Jean, 1991

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Recomeço



Recomeçar. Não há fim. É a consequência de aceitar a imortalidade. A continuidade da vida. Somos sempre meninos e meninas em aprendizagem. O fundo do mais fundo fim  é sempre um novo começo. A oportunidade de sonhar o que ainda não se sonhou. A oportunidade de doar e per-doar tudo o que não se doou ou per-doou. E assim ser. Só isso: ser em plenitude.


Jean Moreno, 14/10/2010

domingo, 27 de dezembro de 2015

Alimentação e cultura




O aipim é a base da minha cultura...


Jean Moreno, 11/10/2013

Desejo



Um mundo mais suave...
Aceitação das pequenas dificuldades minhas e dos outros...
Um mundo menos áspero para todos...


Jean Moreno, 20/06/2014

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

PAZ




É quase Natal. Sei que tem gente que acha piegas. Mas é uma boa hora para repensarmos. Para revermos nossos valores. Por que não ter um pouco de humildade? Deixar pra trás nossos orgulhos feridos? A vingança é uma prisão que construímos para nós mesmos. Vocês acham que realmente pode haver um ganhador num mundo de agressões e revides? Esqueça. Brinque com seu filho. Ligue pra sua mãe. Ouça uma boa música. O período desta vida é muito curto para gastarmos tentando destruir os outros. Uma chance para paz dentro do coração de cada um. 

Jean Moreno, 09/12/2010

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Espelho




Fiat lux! Faciunt humana!
Não tem jeito!
É da nossa condição humana.
Somos condenados a pensar.
Milhões de subterfúgios, TVs e páginas web para distrair e fugir... Podemos ficar adiando por muito tempo, mas um dia vamos ter que refletir.
Olhar pra este espelho mais fundo.

Jean, 22/05/2012

Carinho



Um carinho é muito bom.
Na verdade, continuamos bebês.
Dando e recebendo carinho.
Só assim que é bom crescer.



Jean Moreno, 25/01/2014

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Amor e dor




As dores ligeiras exprimem-se; as grandes dores são mudas.
Mas todas, de alguma forma, ensinam.
Que bom para quem consegue aprender sem elas...

Jean Moreno, 20/07/2012

domingo, 20 de dezembro de 2015

Busca




Uma colega me falou, na semana que passou, que, além de tudo, eu tinha uma alma melancólica. Pensei muito nisso. Talvez eu realmente estivesse deprimido (ou ainda esteja, pois não sei se se escapa desta tão facilmente). Mas, o que teria motivado esta afirmação, talvez, sejam alguns posts do blog que falem sobre o passado. Contudo, falar sobre o passado é na verdade reorganizar o presente. A leitura do passado, mesmo que contextualizada, é feita a partir de hoje e sua significação também. Talvez não seja melancólico. Não tenha nem nostalgia. Não desejo voltar ao passado e não o acho necessariamente melhor do que o presente. Refletir sobre a experiência, os sons, sabores, cheiros, sentimentos, frases, etc... me faz produzir sentidos para o agora e o que virá. Lembrei-me desta canção, por exemplo, feita em 1980, quando eu tinha 6 anos. A letra muito muito simples e a bela melodia, que Joyce fez em homenagem às suas filhas, tocaram a todos naquela época, em que havia os bons Festivais da Canção televisionados. Em verdade, a canção comove-me ainda hoje. Esta simplicidade com profundidade de alma é o que busco como ideal.


Jean Moreno, 06/09/2010

sábado, 19 de dezembro de 2015

Escolhas




Para o bem ou para o mal, a escolha é sempre nossa.


Jean, 23/09/2011

Lugar preferido:


Perto das estrelas, mas ainda não tanto...,
perto das estrelas, mas com um pouquinho de água...
perto das estrelas, mas nem sempre sozinho...


Jean Moreno, 01/08/2010

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Branco e preto




Sou meio branco, meio preto
Assim como meio branca, meio preta
É esta flor amarela

Sou fosco, rasgado,
Sou forte, fecundo
Meio branco, meio imundo
Meio preto, de outro mundo

Sou esse
Sou este
Sou sul, sou norte
Meio claro, meio morte
Sou este, sou face
Meio escuro, meio tarde
Meio noite, meio verdade

Sou assim
Meio branco, meio preto
Meio manso, meio incompleto
Meio repleto, meio avesso
Assim, meio verso
Meio inteiro


Jean Moreno, 1995

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

cabelos



Diante de todos os problemas, nada como as boas lembranças. Fui neste show do Caetano em 1992; chamava-se Circuladô. No Teatro Guaíra. Consegui um bom desconto, mas fiquei numa fileira mais ao fundo. Fomos eu e Izabel. Eu tinha os cabelos compridos e usava uma camisa em tom jeans claro que havia ganhado de minha mãe. Antes de "Debaixo dos Caracóis", Caetano falou de Roberto Carlos e da interpretação dos tropicalistas sobre a ditadura na época. Disse que para eles o regime ditatorial vinha das energias mais profundas do ser brasileiro. Lembro-me bem disto. Entendi na hora que o autoritarismo vem do desejo tanto daqueles que mandam quando dos que obedecem. Como dizia Joaquim Nabuco, a escravidão deixou marcas (quase) indeléveis na cultura nacional. A execução da canção foi emocionante. A evocação da dolorosa presença do exílio e a manifestação de solidariedade de Roberto e Erasmo, que muitos (eu também, na época) consideravam completamente descomprometidos, tocaram a todos.


Jean Moreno, 12/08/2010

Coragem



Acredito que, um dia, a iniquidade desaparecerá da face deste planeta.
Para isto é preciso que ajamos, transformando-nos em agentes da justiça, em pessoas que conseguem ter um pensamento coletivo e não apenas olhar para os seus próprios umbigos.
Não é tarefa fácil.
Às vezes é preciso recuar.
Aguardar, fingir-se de morto; mas no coração manter a perseverança, ainda que solitária.
Cada vez que aceitamos a prática da injustiça com qualquer ser humano é a toda humanidade que atingimos.
Pensemos nisso.
Pensemos agora.
A omissão é uma forma de cumplicidade.
Muitas injustiças são praticadas em nossa frente todos os dias.
Ter bondade é ter coragem. 


Jean Moreno - 04/10/2010

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Quando




Quando a hora da nudez chegar
Que farão vocês com as gravatas?
Quando a hora do amor chegar
Que farão vocês com o preconceito?
Quando não existirem mais flores
Que farão vocês com o dinheiro?


Jean Moreno, 1993

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Seremos mais




De alguma forma seremos mais.
Esta labuta é apenas lapidação de uma pedra preciosa que vai resplandecer.



Jean Moreno, 09/06/2013

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Histórias




Fui num show do Belchior quando estava no começo da faculdade. Ele já não fazia tanto sucesso e, entre os da minha idade, era considerado meio brega. O fato me rendeu o apelido de "rapaz latino-americano". Na verdade o estigma era reforçado pelas roupas que eu vestia: umas camisas antigas, estilo anos 70, herdadas de um tio, bastante querido, que era pouco mais de uma década mais velho que eu. Acho que as pessoas pensavam que era um estilo. Na verdade eram as únicas roupas que eu tinha. Que bom que eu as tinha. O show foi no teatro da reitoria com preços bem baratos, mas houve muito pouco público.  Fui com minha esposa. Foi bom. Acho que continuo apenas um anacrônico e feliz rapaz latino-americano, sem parentes importantes, que mora no interior. "Por favor não saque a arma no saloom..."


Jean Moreno, 05/08/2010

Doo


Doo-te minhas mãos.
Que mais precisas?
O meu ombro já não basta.
Doo-te meus ouvidos.
Narra-me tuas angústias.
É possível doar o que nos falta?
Doo-te meu tempo.
Só se possui o que se doa.
Sei que ainda é pouco que posso oferecer.
Frutas, matas.
Um olhar para as estrelas.
Uma música suave.
Uma lembrança.
A certeza de que não estás só.
Um horizonte.
O vai-e-vem das ondas.
Uma palavra.
Doo-te de coração.
Olhos nos teus olhos.

Jean, 26/04/2011

domingo, 13 de dezembro de 2015

Ser






Ser por completo
É ser para os outros
Tanto quanto para si mesmo

Jean Moreno, maio de 2015

sábado, 12 de dezembro de 2015

Descoberta



Tenho que descobrir quem eu sou de fato. Se sou arte, se sou laço.
Tenho que descobrir o que quero agora. Se mais tarde, se demora.
Tenho que compreender os meus desejos. Os obscuros, os que entrevejo.
Preciso decidir o que me move. O que alivia ou o que resolve?



Jean Moreno, 07/08/2010

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Segredos




Segredos ao horizonte
Atrás do monte
Que um anjo impuro
Bem intencionado
Aqui neste escuro
Tem me contado

Segredos de um outro mundo
Profícuo, fecundo
Que havia retornado
De tão repleto,
Melhor preparado
Mas ainda inquieto


Jean Moreno, 1994

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Espaço-tempo




Hoje já não sei se a extensão expressa o espaço, o tempo ou o pensamento.
Em qualquer medida, contudo,
Estar perto de você é o que mais quero.


Jean Moreno, 1995

domingo, 6 de dezembro de 2015

O amor se aprende



A beleza lá no fundo.
A bondade não é inocente.
Uns esquadrinham os interiores.
Penso que o amor se aprende.
Os olhos são de uma criança madura. 

Jean Moreno, setembro de 2010

sábado, 5 de dezembro de 2015

Sentimento



O que fazer
Se necessito do teu amor?
Pra me proteger,
Pra me sufocar,
Pra me amar?
O que fazer
Se o meu desejo
Será sempre o teu desejo?
Poder voar por entre vendavais
Será sempre assim o nosso amor?
Saltar da insuperável altura e querer mais?
Pousar em ponto atlântico e vivermos repletos
Que oceano de águas termas supera este amor,
Na sua fervura, na sua candura,
Na sua placidez, na sua magnitude?
Necessito da tua presença.
O que fazer se em meu mundo o sentir é a lei?


Jean Moreno, 13/3/1997

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Democracia



Resultado de imagem para convivência

Democracia
Povo é demo
Em grego
E em oligarquia
Olhe aqui a
Construção mais complexa da
Democracia
Não é apenas o combate à
Oligarquia
Mas o aprendizado da convivência



Jean Moreno, 1995

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

A mão maior que o mundo




Às vezes me chamava dor
Como um alfinete inespesso
Atravessando o coração
Em outros momentos já fui luta
Como um acreditar possuir
A mão maior que o mundo
E quando me decidi por ser sonho
Querendo ver
Mais do que enxergar
Busquei pela razão
Como uma certeza forte
De um domínio acima da natureza
Às vezes me chamei dor
Também procurei ser luta
E quando me encontrei sonho
Por recurso tentei razão
E hoje procuro amor
Ainda que sem compreender,
Explicar ou entender,
Encontrar o sentir por completo


Jean Moreno, 1995

domingo, 29 de novembro de 2015

UM MAR DE ESTRELAS



Dizem que há tantas estrelas pelo Universo quanto grãos de areia na Terra.
Trata-se de uma comparação poética dos astrônomos.
Mas é bom pensar nisso.
Engraçado que os sujeitos americanos (e, também, vulcanianos, etc.) das jornadas e das guerras nas estrelas têm pouco tempo para observar a beleza de toda aquela imensidão.
Eles estão ocupados demais.
Esta viagem deve ser bem mais interessante.
Estrelas, planetas....
Trilhares...
Como meu corpo está desfalecido, e moro muito longe da areia da praia, hoje vou mental-visualmente conversar com algumas estrelas.


Jean Moreno, Maio de 2010

sábado, 28 de novembro de 2015

O PEDIDO QUE SE PENSOU




Ainda estou aprendendo.
Fazer o mel e voar livre.
"Sim, todo o amor é sagrado".
É preciso semear.
Mas, também, saber a hora de colher os frutos.
"Sim, todo o amor é sagrado".
Sim....

Jean Moreno, outubro de 2010

DESEJO




O Desejo.
Para alguns é o começo de tudo.
Para outros, o seu fim é que é a libertação:
"Quando não se tem mais nada. Não se perde nada. Pode-se ser o que se for. Livre do temor... Já agora dá para dar amor".
Onde está o teu tesouro aí está o teu coração.
Quando tua consciência acordará?


Jean, 2010

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

OLHAR, VER, FRUIR...




Pintar, fotografar, filmar, iluminar o olhar.
Seu e dos outros.
Fazer pensar.
Conexões.
Cada visão, cada sentido, uma leitura diferente.
Acréscimos à condição humana.

Jean Moreno, Maio de 2010

terça-feira, 24 de novembro de 2015

CONCRETA POESIA




Gosto da poesia concreta. Gosto de seu posicionamento vanguardista. À distância temporal, vejo-os como uma espécie de futurólogos que entreviram e exploraram uma porção de possibilidades que só mais tarde, com o desenvolvimento tecnológico, estariam disponíveis aos demais.

Jean Moreno, Maio 2010

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

A Rede




A internet, os comentários de notícias, etc. não refletem necessariamente a opinião pública. Algumas pessoas muito radicais, fúteis e que formam seus argumentos a partir de uma quantidade mínima de informações superficiais também expressam sua opinião na rede.  Discutir com elas é perda de tempo. Elas se escondem no anonimato. A maioria não teria coragem de se expressar da mesma forma num debate público aberto, até por que não teria argumentos, senão a gritaria espalhafatosa. Poupemo-nos destes embates inúteis. Contudo, a rede pode ser um instrumento maravilhoso de troca e embate de ideias em grupos destinados para tal fim, onde podemos aprender com pessoas que trazem argumentos mais profundos. Rompamos com a preguiça e sintonizemos com propostas mais equilibradas. Se não temos esta condição, é melhor desligar a máquina na nossa frente e dar uma caminhada lá fora. Ao menos do ponto de vista da aprendizagem e da recomposição de forças é muito mais salutar.


Jean Moreno, 27/03/2014

sábado, 21 de novembro de 2015

Noite



O escuro desta noite cheira passado
Exala lembranças de um futuro esquecido
E me deixa a saudade
De tudo o que ainda vou fazer


Jean, sem data

Perdido


Preciso me encontrar. Entender-me. Saber aonde vou e onde estou. Sinto-me perdido. Num mundo estranho. Perdi o meu respeito, minha auto-imagem. Encolho-me num canto do meu armário. Estou com muito medo. Por favor, me ajuda. O que vou fazer. Diz-me o que vou fazer. Não faz nenhum sentido. Não há nenhum encanto. Nenhuma graça. Minha cabeça gira...

Jean Moreno,1993

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Luzes II


As luzes
Vou te deixar
Como um legado
O verde para acalmar
O mar como um sono
Para você, apenas o céu
Vou deixar
Para que continues
A iluminar com teu sorriso.
O verde, o azul, o céu, o sonho, as luzes.


Jean Moreno, 2/5/1997 

domingo, 15 de novembro de 2015

Caminho



E quem
Sabia
Que havia um caminho
E não
Dizia
Que havia medo
E o fim
Iria
Coincidir com o princípio
E o meio
Éramos nós


Jean Moreno, 1992

sábado, 14 de novembro de 2015

Três passarinhos



3 passarinhos estão brincando na minha janela.

Na maioria das vezes não vale a pena ficar discutindo com as pessoas que ainda não têm condição de entender.

Quem te agride é apenas um doente desesperado; agarra-se naquilo que consegue para preencher o seu vazio espiritual.

3 passarinhos cantam na minha janela.

É um convite para aprender.... 


Jean Moreno, 07/02/2014

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Crescendo



E a Lua
Já não tem mais pernas
E seus cabelos
Não são mais fios de seda
Ainda assim
Vislumbram-se caminhos azuis
Por que sempre há possibilidade de novos sonhos


Jean, sem data

terça-feira, 10 de novembro de 2015

HIPOCRISIA




Para Noam Chomsky, a hipocrisia é definida como a recusa de "... aplicar a nós mesmos os mesmos valores que se aplicam a outros". Ela é um dos males da nossa sociedade, que promove a injustiça, a guerra e as desigualdades sociais, num quadro de autoengano pessoal e coletivo.

Prece do dia: que eu possa olhar para mim mesmo, minhas atitudes, meus sentimentos, vasculhar meus pensamentos mais secretos e, se encontrar algo semelhante àquilo que condeno nos outros, cesse a crítica e comece a mudar o mundo pelo o que está mais próximo....


Jean Moreno, 07/03/2013

domingo, 8 de novembro de 2015

Além da Escuridão



Há que se ter esperança.
Em que forças buscá-la?
Há que se acreditar.
De alguma forma, de alguma maneira, continuar vivendo e não simplesmente existindo.
Onde se planta a paz?
Quero cuidar das sementes.

Jean - Junho de 2010

sábado, 7 de novembro de 2015

Integridade



'Não furtarás' dizia o mandamento hebraico.
No cristianismo: "não furtarás" mesmo que te furtem; ainda que te digam que é normal, ainda que todos o façam; mesmo que insistam na concepção de que o que é público não pertence a ninguém; ainda que te beneficiasses indiretamente com cargos ou vantagens distribuídos a parentes, coleguinhas, aliados, cupinchas....
'Não mentirás'. Ainda que os outros mintam pra você ou sobre você. 'Não dirás falso testemunho contra o teu próximo'.
Mesmo que, seja lá qual for o motivo, você não goste da pessoa, não espalharás ou compartilharás inverdades sobre ela.
Sim, no fundo há uma verdade e a verdade nos libertará.


Jean Moreno, 07/10/2010.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Identidade



Nome
Identidade
Nome
Idade
Nome
Idoneidade
Nome
Irrefletibilidade
No
Me


Jean Moreno, 1995

domingo, 1 de novembro de 2015

Simples

1992

Fazer com que o simples
Jamais seja o banal
É também colocar um requinte
Nos limites do normal


Jean Moreno, 1995

Desejo


Que ideal se faz maior que uma amizade?
Que valor se faz melhor que o fidedigno?
Saber lutar, multiplicar o pão não apenas como signo
Lutar por saber, usar o coração para a verdade

Que desejo se faz melhor que um amor tranqüilo?
Que ambição se faz maior que a justiça?
Sangrar, chorar por levar uma vida insubmissa
Sonhar, olhar o sentimento sem se importar com o estilo

Que beleza se faz melhor que a própria vida?
Que altura se faz maior que o Universo?
Poder sorrir por ter pegado o caminho inverso
Querer beber a última gota de água caída


Jean Moreno, 1991

Pesadelo



O pesadelo acaba
Sim, um dia acaba
É verdade
Pode acreditar
Não é bom nem refletir
Nem explodir a cabeça


Jean Moreno, 1995

O futuro ainda é uma incógnita



Domingo,

Como sempre levanto às seis da manhã.
A dor de cabeça de uma noite mal dormida e de uma cama espremida a três faz-se presente.
O futuro ainda é uma incógnita.
A dor de cabeça aumenta
Para diminuir a escuridão, ligo a TV.
Realmente a televisão é uma luz.
Começo a me sentir capaz de intervir no meu destino novamente.
Depois de refletir um pouco, percebo minhas opções: a missa dominical e as declarações de conversão dos neo-pentecostais.
Decido-me, dentro de meus direitos democráticos, desligar a televisão.
Cato alguns comprimidos na estante (eles sempre estão à mão).
Engulo-os com um pequeno gole de água e sento-me no sofá.
Resolvo dar uma espiada para fora da janela: tradicionalmente tempo nublado e frio em S. José dos Pinhais.
O tempo passa devagar.
O tempo passa depressa.
Começo a enumerar as demais opções: leituras, estudos, afazeres domésticos, limpar o quintal.
A dor de cabeça continua.
Uma boa opção seria uma viagem.
Desemprego, falta de dinheiro: sem perspectivas.
Ah, uma viagem seria maravilhoso.
Começo a imaginar florestas, praias, lagos, mundos encantados... o simples prazer de estar num veículo deslocando-se para algum lugar.
Me aconchego no sofá. Fecho os olhos... o domingo começou a melhorar.


Jean Moreno, 1993