terça-feira, 19 de abril de 2016

Pedra em movimento




Pode o mundo virar do avesso,
Toda vez que o silêncio te faz só?
Pergunta-se, sem apreço.

E agora, quem desata este nó?
Quem te pôs neste contexto?
Nesta penumbra sem dó?

Se fosse apenas uma casa, ao retorno,
Uma capela solitária
Uma frase de consolo?

Mas era uma busca diária
Uma condenação sem dolo
Uma escuridão contrária

Agora, o mundo era uma pedra em movimento
Sacolejando até polir as arestas
Uma memória ao relento

No avesso vislumbram-se as frestas
Por entre portais do tempo
Por entre ruas sem setas
.