segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Identitários

Do ponto de vista de quem trabalha na linha de frente da formação de docentes, apenas observo/penso, sem tanto rigor, que meus jovens alunos, futuros professores, que se identificam com os feminismos, movimentos LGBT, afros e indígenas não vivem esta identificação somente  do ponto de vista da realização individual, mas, também, da justiça social. São, portanto, mais abertos à construção de uma perspectiva não egoísta de mundo. Mas entendo o argumento de que a indústria cultural pode se apropriar das demandas da realização pessoal, afeto e autoestima na direção das relações de consumo. Às vezes me parece que a diferença está na escala da observação. A gente que está ali vendo, acompanhando, esta transformação em cada ser humano que vai se descobrindo e levando esta mudança/conquista consigo para os seus relacionamentos, percebe que ele/a vai criando possibilidades de resistência, ainda que precárias, situação ainda mais visível em momentos drásticos como este que estamos passando. Deste ponto de vista, numa reflexão não tão rigorosa, estas diversas consciências identitárias nem sempre se opõem a uma consciência de classe e de colonialidade.     

sexta-feira, 7 de agosto de 2020

 

Gosto da ágora.

Do debate público onde todos podem aprender.

Privado é o espaço doméstico.

Discutir e decidir sobre coisas públicas em espaços fechados, com outros interessados excluídos, é corrupção.

sábado, 1 de agosto de 2020

Tia Maria Guedes (Didi) faleceu hoje em consequência do Covid. Foi com ela nossa primeira casa como família. Mulher sábia, inteligente, ao que me consta foi a primeira professora da família. Sempre nos tratou com muito respeito e carinho (mesmo nos momentos mais difíceis). Tinha um apreço especial pelo meu pai a quem tratava como filho. Em 1994 veio pra Curitiba para acompanhar uma cirurgia do Tio Xexe (não sei se é assim que se escreve) na Santa Casa. Fui com ela de ônibus, algumas vezes, para guiar o caminho e ficar junto nos momentos de visita no hospital. Em agradecimento me deu duas camisas de manga comprida, muito bonitas. Durante 5 anos foram as duas únicas camisas novas que tive. Nas poucas fotos que temos deste período, sempre as estou usando. Nunca consegui voltar até Joinville para agradecê-la. Dos muitos ensinamentos, lembro que, em certo momento do velório da vó Julia, ela chamou todos os irmãos e falou da importância da união e do respeito entre eles (sim, eles viviam brigando) para honrar a memória da vó e do vô. Foi muito emocionante ver todos os tios e tias, de cabeça baixa, ouvindo-a falar. Enfim, uma vida que foi uma grande lição pra todos nós. Uma verdadeira professora. Vai em paz, tia querida. Que Deus possa te receber de braços abertos.