quarta-feira, 26 de abril de 2023

Ensino de História

 

 

São muitos movimentos necessários, mas isso não deve nos desanimar. Em alguns lugares, inclusive em pós-graduações em que trabalho, historiadores têm utilizado a alegação do avanço – importante, fundamental e que deve ser reconhecido e aplaudido - das pesquisas em História Pública para argumentar a indissociabilidade entre ensino e pesquisa. Que bom, né? Nas entrelinhas, contudo, está a eliminação da potencialidade reflexiva e formadora das investigações do campo de pesquisa do ensino de História. Não necessitamos deste campo, por que todos nós temos autoridade para falar sobre aprendizagem dentro e fora das escolas, mesmo que nunca tenhamos publicado nada sobre aprendizagem, crianças, adolescentes e jovens, história da escolarização, linguagem, letramento, progressão, significância etc.

Penso que é fundamental assumirmos o "Ensino de História no Ensino Superior: Revisão Urgente". E - em conjunto e inseparavelmente - estará a nossa postura e defesa da legitimidade e protagonismo da nossa voz na discussão sobre o currículo e demais proposições para a Educação Básica (em conjunto com os docentes que atuam diretamente neste nível). A defesa da presença da História no currículo, sustentada por uma reflexão profunda da sua potencialidade formadora é uma parte deste trabalho. A outra é apontar as demandas que a aprendizagem escolar de História pode e consegue atender no mundo contemporâneo, implicando os critérios de seleção para conteúdos substantivados e procedimentos a serem abordados progressivamente desde a Ed. Infantil. Ao meu ver, são os meus colegas pesquisadores do ensino de História que melhor conseguem fazer esta apropriação da riqueza da produção historiográfica contemporânea para responder a estas demandas.

Alimentando o debate e a dialética entre Ed. Básica e Ensino Superior talvez consigamos galgar mais espaços e o respeito que ainda não temos por parte de alguns (infelizmente muitos) colegas historiadores – historiadores como nós, é sempre bom lembrar!

 

sábado, 22 de abril de 2023

MARTE UM



MARTE UM

Se você está acostumado com a linguagem acelerada das séries ou já tem uma visão ruim sobre filmes nacionais, não vai gostar.
Eu gostei. ‘Marte’ Um coloca a gente pra sentipensar sobre muitas questões contemporâneas: o brasil brasileiro e suas desigualdades a céu aberto, que já não podem mais ser camufladas, a polissemia do que se entende por família, os sonhos, os dramas, as labutas diárias, as relações humanas.
O baú do avô trouxe pra mim as lembranças das águas calmas e profundas do Rio Saracura em “Um dia com Jerusa”.
O cinema negro brasileiro contemporâneo tem nos convidado com muita lindeza a rever nossas ancestralidades, nossos afetos e a potencialidade das relações humanas.