A gente prepara aula,
ministra aula no lato e no stricto sensu, orienta trabalho de graduação,
iniciação científica, pós-graduação, apresenta trabalhos científicos em
eventos, participa de bancas as mais diversas, o que exige leituras extensas,
além de atualização constante, ministra palestras, participa de mesas e debates
onde leva consigo o nome da sua instituição, faz dezenas de pareceres, pesquisa,
investiga, participa de grupos de pesquisa, coordena grupos de trabalho,
simpósios temáticos, publica artigos, capítulos, livros, atende os estudantes
presencialmente e à distância, não deixa ninguém sem resposta, é cobrado e se
preocupa com a saúde mental de seus alunos, organiza eventos, coordena projetos
de ensino, de extensão, faz dezenas de relatórios anuais, cumprindo um sem
número de burocracias, participa de uma quantidade enorme de reuniões, participa
de comissões as mais diversas, redige atas e documentos oficiais e, além de
tudo, estuda, lê constantemente. Tudo isto envolve muitas vezes três turnos de
produção, quando não muitos sábados e domingos.
Mas para ‘eles’ isto não
é suficiente. Para ‘eles’, é preciso fazer tudo isso e cumprir 30 horas de
expediente numa sala coletiva, com internet precária, sem livros, sem tomada
elétrica para todos, utilizando, é claro, o seu próprio equipamento, pois a
instituição não fornece nada.
Sim, trata-se de uma
forma de administração moderna que visa aumentar a produtividade e demonstra um
grande conhecimento da dinâmica da produção acadêmica.
Às vezes dá vergonha de
certas administrações universitárias, às vezes é só tristeza mesmo, desânimo.