segunda-feira, 30 de setembro de 2019


A gente prepara aula, ministra aula no lato e no stricto sensu, orienta trabalho de graduação, iniciação científica, pós-graduação, apresenta trabalhos científicos em eventos, participa de bancas as mais diversas, o que exige leituras extensas, além de atualização constante, ministra palestras, participa de mesas e debates onde leva consigo o nome da sua instituição, faz dezenas de pareceres, pesquisa, investiga, participa de grupos de pesquisa, coordena grupos de trabalho, simpósios temáticos, publica artigos, capítulos, livros, atende os estudantes presencialmente e à distância, não deixa ninguém sem resposta, é cobrado e se preocupa com a saúde mental de seus alunos, organiza eventos, coordena projetos de ensino, de extensão, faz dezenas de relatórios anuais, cumprindo um sem número de burocracias, participa de uma quantidade enorme de reuniões, participa de comissões as mais diversas, redige atas e documentos oficiais e, além de tudo, estuda, lê constantemente. Tudo isto envolve muitas vezes três turnos de produção, quando não muitos sábados e domingos.
Mas para ‘eles’ isto não é suficiente. Para ‘eles’, é preciso fazer tudo isso e cumprir 30 horas de expediente numa sala coletiva, com internet precária, sem livros, sem tomada elétrica para todos, utilizando, é claro, o seu próprio equipamento, pois a instituição não fornece nada.
Sim, trata-se de uma forma de administração moderna que visa aumentar a produtividade e demonstra um grande conhecimento da dinâmica da produção acadêmica.
Às vezes dá vergonha de certas administrações universitárias, às vezes é só tristeza mesmo, desânimo.  

sexta-feira, 27 de setembro de 2019