domingo, 27 de janeiro de 2019

Capitalismo Desorganizado




Estava no terceiro ano da faculdade e, não lembro se por acaso ou por escolha minha (no caso, pelo título) tive que apresentar um trabalho sobre o livro Capitalismo Desorganizado de Claus Offe. Era uma leitura extremamente difícil para quem vinha se formando a partir de leituras que se podem chamar genericamente numa postagem simples de “história cultural”.

A sociologia marxista do autor alemão (que relaciona de forma profunda economia, democracia e Estado) tratava das contradições do Estado de Bem-estar social (que já estava sob ataque em 1985 quando escreveu o livro) e do mercado de trabalho.

A leitura árdua empacava feito o burrinho pedrês quando certa noite assistindo à programação da TV Cultura deparei-me com uma entrevista longa com Luiz Inácio Lula da Silva, que havia sido derrotado pela segunda vez como candidato à presidente e retornava ao Brasil após uma série de encontros com sindicalistas e pensadores europeus. Lula explicou sobre o crescimento do setor de serviços, o pleno-emprego, a atuação dos sindicatos, os grupos de interesse que ganham status público, etc.

A partir da entrevista consegui compreender melhor o “Capitalismo Desorganizado” e sua leitura da economia política do mercado de trabalho.

Acho que fui razoavelmente bem na apresentação.

Este post não é de campanha política eleitoral (estamos em outro momento). É apenas um reconhecimento e uma expressão de gratidão.

O reconhecimento de uma inteligência ímpar que consegue interpretar e traduzir as situações mais complexas para uma linguagem a que todos possam compreender.

Tenho a certeza de que boa parte do ódio a Lula, que o mantém preso e sob condições desumanas de proibição de visitas ou de saída para o natal com a família, é uma gigantesca inveja e um imenso temor da sua inteligência.   


quinta-feira, 24 de janeiro de 2019


No futuro, talvez um pouco distante, quando a sociedade brasileira conseguir...., depois de sermos todos mortos, depois de entregarmos tudo às empresas estrangeiras,.... quando a sociedade brasileira conseguir reconstruir alguns valores mínimos relacionados à democracia e aos direitos humanos, quando uma sociedade destruída pela disseminação do ódio houver recuperado ....  - sim, por que um dia as pessoas vão cansar de matar, perseguir, destruir... -, quando houver recuperado a vontade de construir uma sociedade com algum amor pelo seu próprio povo, o termo sergiomorismo vai ser utilizado como símbolo da elite preconceituosa, hipócrita, arrogante, presunçosa e que odeia o seu povo a quem explora até a última gota de sangue. Uma elite que destruiu qualquer esperança nas instituições democráticas e, ao se apropriar da bandeira da luta contra a corrupção, utilizando-a de forma parcial, a partir de seus interesses mais mesquinhos, impediu – por um tempo longo – que pudéssemos avançar, de fato, na construção de uma sociedade mais honesta, posto que mais justa e menos egoísta.
Neste futuro quando alguém utilizar de hipocrisia para perseguir outrem e não ter o mínimo de autocrítica e de valores para se posicionar da mesma forma em relação aos seus aliados da elite política e econômica, se avisará: “cuidado amigo, isso é sergiomorismo. Nós sabemos a que tipo de destruição este tipo de atitude egóica e hipócrita nos leva.
Sergio Moro é o principal símbolo atual da elite colonial brasileira.

domingo, 20 de janeiro de 2019

A morte me ronda, me espreita, me convida...
A morte que eu sei não é fim da vida
A morte como reconhecimento da minha fraqueza
Aceitação de que não consegui
Não aceitei minha condenação.
A morte como um distanciamento
Agora não há nada mais a fazer
Perdeu. Morreu. Fim.
O recomeço demorará.

sábado, 19 de janeiro de 2019

Tempo



O tempo escorre para bem longe
Bem perto, o tempo está vivo
Memórias, afetos, construções
Uma lágrima, um motivo

O tempo é caminhada,
Com curvas sinuosas, estradas interrompidas
A velha casinha da infância
Como um farol a iluminar a trilha

O tempo é a palavra mais plural do singular.




segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

terça-feira, 8 de janeiro de 2019



No fim, o que define o sucesso de um governo, aos olhos da maioria, é a economia.

Contudo, como assistimos recentemente, uma ação midiática conjunta pode, muito bem, criar "a maior crise de todos os tempos". Da mesma forma, pode-se produzir um estrondoso sucesso econômico através da manipulação de dados e de intensivo discurso midiático.

Um cidadão comum, desempregado e sem perspectivas, pode atribuir as agruras da vida à sua própria indigência, indolência, má sorte ou vontade divina e se sentir feliz com o seu governo, pois todo dia assiste no noticiário que "Este é um país que vai pra frente".


A pauta moralista, que parece ter um estoque infinito de paranoias, servirá sempre de mote para desviar a atenção. 

Sim, a destruição dos mecanismos de resistência, Ibama, órgãos de fiscalização, de proteção da vida e dos direitos humanos... me assusta. 

Também me preocupa esta emergência de magnatas loucos - não só norte-americanos - que estão promovendo este tipo de ação em várias partes do mundo. 

A nossa organização terá que ser muito forte em 2019, sob pena de não termos mais alicerces para nos apoiar dentro de um ou dois anos. 

Desculpem o pessimismo, sei que há muita coisa bonita sendo feita por aí, fora do âmbito governamental.