segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Anos 1960: a juventude e seus sonhos.



          Decifrar os anos 1960 e 1970 não é tarefa fácil. Ministrei algumas palestras sobre este período, especialmente sobre a juventude, em eventos acadêmicos alguns tempos atrás. Uma juventude que viveu como se tudo fosse possível. “A felicidade é uma ideia nova”. “A imaginação toma o poder”.  "Tudo, já".
        Sob sonhos, protestos, indústria cultural e muita droga, a criatividade artística emergiu. Estes projetos de mundo alternativo se perderam? Nada se perde. Em que se transformaram?
         "Sob as calçadas, a praia". Mas nem tudo era viável. As viagens com as drogas mostraram-se uma fuga inútil. Para a resolução dos problemas do mundo tinham um efeito muito efêmero. Pior ainda, a viagem, para alguns, não teria volta.

         Alguns ideais cultivados por esta juventude nos foram legados como conquistas. Hoje, podemos ser muito menos formais e hipócritas do que era a sociedade moralista do passado. 
         Por outro lado, a exacerbação da liberdade individual nos deixou à mercê de um egoísmo extremo, onde o hedonismo, a satisfação dos interesses pessoais, sobrepuja, em muito, qualquer projeto coletivo de sociedade.
          Coisas para resolvermos. A qualidade artística da produção do período é inegável. Fiquemos com o que há de bom. Cabe-nos a reflexão sobre os nossos atos e omissões, cotidianos, a respeito do mundo que herdamos e o mundo que queremos. E um pouquinho de música só pra relaxar, que ninguém é de ferro.
         “Chega de atos, queremos palavras.” 


Jean Moreno, 13/09/2010


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