segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Ainda é preciso



Ainda é preciso
Ver o tétrico e o esquálido dos edifícios
Ainda é preciso
Respirar o fétido e o cinzento dos automóveis
Ainda é preciso
Sentir o ázimo e o delirante da dor
Ainda é preciso
Degustar o pálido e o sublime da fome
Ainda é preciso
Ouvir o sem-escrúpulo e o nebuloso da boca dos homens


Jean Moreno, 1993

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