sábado, 29 de agosto de 2015

O som e a melodia





E eu que me imaginava o tigre,
O sustentáculo do verbo,
Demorei a perceber que eras Tu o leão,
A serenidade imensa a me segurar.
Embora travestido de modéstia,
Agia como se fosse o Sol,
Sem perceber a importância da sombra
E quando fui choro,
Foste Tu a lágrima que liberta
Para quem se imagina o invento,
Demorei a perceber que não existiria
Sem a Tua criação.
Preocupado em abrir portas,
Perdi tantas oportunidades de observar
A bela vista de Tua janela
Fui o suor e Tu o trabalho
O mar e a água
A comunicação e a telepatia.
Pensei-me a ousadia,
Mas era Tu a sanidade da loucura
Por isso peço-Te hoje a possibilidade
De ser a boca para Tua fala.
E, um dia, quem sabe mais:
O som para Tua melodia.


Jean C. Moreno, 06 de junho de 1998.

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