quarta-feira, 29 de julho de 2015

Desesperança




Morri, certa vez, de gripe espanhola.
Noutro caso, morri com saúde.
De repente não mais estava vivo.
E a idéia da morte até hoje me atordoa.
Morri com cinco, morri com 50.
As palavras e os pensamentos são mágicos.
Se disseres ao outro: morra.
Se espalhares boatos sobre outrem.
Matá-lo-ás diversas vezes.
Assassinos os há em diversos graus.
Morri de vírus, de fraqueza, de tristeza.
Morri sem esperança.
Creio na vida.
Mas, agora me encontro morto.
Creio na justiça do Universo.
Mas, a minha prova...
É saber que não tenho forças para suportar.
A morte constante.
Não há mais músicos
Nem instrumentos
Só o silêncio mortal se faz presente.
Nem velas se acendem
Ao longe um corpo
Ao longe um corpo etéreo
Um espírito morto.


Jean Moreno, 28 de outubro de 2010.

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