Eu não tenho que escrever,
Mas sempre tenho o que escrever
Escrever é como um desabafo,
Um mergulho, um recolhimento.
Melhor fosse um desenho.
Como formas de escrita orientais.
Melhor fosse uma pintura,
Ou mesmo um filme ou som suave.
Ainda assim, vale a pena.
Comunicar-se comigo, por letras,
fonemas.
Pensar no papel ou na tela
É o mesmo que falar com tantos
outros.
Escreve-se há muito tempo.
Receitas, preces, contabilidades.
Escrevem-se partituras, calendários,
cartas.
Na areia, na terra, nas folhas, nos
ossos.
Afinações do espírito
São os escritos.
Coloca-se para fora sussurros,
gritos.
Compõem-se arranjos da melodia
íntima.
Jean Moreno, 13 de novembro de 2010.
Nenhum comentário:
Postar um comentário