quinta-feira, 6 de julho de 2023

Oficina

 






Obrigado Zé Celso por nos ter ensinado tão bem que para compreender a loucura em que vivemos, é preciso ser ainda mais louco.

“Com muita honra! O Rei da Vela miserável dos agonizantes. O Rei da vela de sebo. E da vela feudal que nos fez adormecer em criança pensando nas histórias das negras velhas… Da vela pequeno-burguesa dos oratórios e das escritas em casa… As empresas elétricas fecharam com a crise… Ninguém mais pode pagar o preço da luz… A vela voltou ao mercado pela minha mão previdente. Veja como eu produzo de todos os tamanhos e cores. (Indica o mostruário). Para o Mês de Maria, para as cidades caipiras, para os armazéns do interior onde se vende e se joga à noite, para a hora de estudo das crianças, para os contrabandistas no mar, mas a grande vela é à vela da agonia, aquela pequena velinha de sebo que espalhei para o Brasil inteiro… Num país medieval como nosso, quem se atreve a passar os umbrais da eternidade sem uma vela na mão? Herdo um tostão de cada morto nacional!” Oswald de Andrade, 1933.

Que sua vida, sua luta, suas alegrias e dores, Zé, sejam celebradas em todos os teatros deste país que você nos revelou e ajudou a ver pela frente e pelo avesso.

 

 

 

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário