segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Identitários

Do ponto de vista de quem trabalha na linha de frente da formação de docentes, apenas observo/penso, sem tanto rigor, que meus jovens alunos, futuros professores, que se identificam com os feminismos, movimentos LGBT, afros e indígenas não vivem esta identificação somente  do ponto de vista da realização individual, mas, também, da justiça social. São, portanto, mais abertos à construção de uma perspectiva não egoísta de mundo. Mas entendo o argumento de que a indústria cultural pode se apropriar das demandas da realização pessoal, afeto e autoestima na direção das relações de consumo. Às vezes me parece que a diferença está na escala da observação. A gente que está ali vendo, acompanhando, esta transformação em cada ser humano que vai se descobrindo e levando esta mudança/conquista consigo para os seus relacionamentos, percebe que ele/a vai criando possibilidades de resistência, ainda que precárias, situação ainda mais visível em momentos drásticos como este que estamos passando. Deste ponto de vista, numa reflexão não tão rigorosa, estas diversas consciências identitárias nem sempre se opõem a uma consciência de classe e de colonialidade.     

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