quinta-feira, 21 de maio de 2020


Não estamos conseguindo viver devidamente o luto.
Sempre quando uma tragédia se abate sobre uma sociedade, sobre uma grande comunidade imaginada, como somos o Brasil, faz-se o luto, as pessoas choram e preparam-se para recomeçar depois da perda. Incorporando a perda. Esta transição é fundamental.
O luto também faz parte da aprendizagem do amor, da vivência humana.
Chegaremos a 20 mil irmãos que se vão. A 20 mil famílias que terão que se reconstruir.
Que o nosso choro possa repor a água da fonte que está secando na sociedade brasileira e no mundo.
É preciso reinventar o amor, sabendo da dor de nos encontrar neste espelho. Nesta sociedade complexa, profundamente desigual e que, por vezes, ainda consegue ser dolorosamente bonita, como a música.

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