São muitos movimentos necessários, mas isso não deve nos
desanimar. Em alguns lugares, inclusive em pós-graduações em que trabalho,
historiadores têm utilizado a alegação do avanço – importante, fundamental e
que deve ser reconhecido e aplaudido - das pesquisas em História Pública para
argumentar a indissociabilidade entre ensino e pesquisa. Que bom, né? Nas
entrelinhas, contudo, está a eliminação da potencialidade reflexiva e formadora
das investigações do campo de pesquisa do ensino de História. Não necessitamos
deste campo, por que todos nós temos autoridade para falar sobre aprendizagem
dentro e fora das escolas, mesmo que nunca tenhamos publicado nada sobre
aprendizagem, crianças, adolescentes e jovens, história da escolarização, linguagem,
letramento, progressão, significância etc.
Penso que é fundamental assumirmos o "Ensino de
História no Ensino Superior: Revisão Urgente". E - em conjunto e
inseparavelmente - estará a nossa postura e defesa da legitimidade e protagonismo
da nossa voz na discussão sobre o currículo e demais proposições para a
Educação Básica (em conjunto com os docentes que atuam diretamente neste nível).
A defesa da presença da História no currículo, sustentada por uma reflexão profunda
da sua potencialidade formadora é uma parte deste trabalho. A outra é apontar
as demandas que a aprendizagem escolar de História pode e consegue atender no
mundo contemporâneo, implicando os critérios de seleção para conteúdos
substantivados e procedimentos a serem abordados progressivamente desde a Ed.
Infantil. Ao meu ver, são os meus colegas pesquisadores do ensino de História que
melhor conseguem fazer esta apropriação da riqueza da produção historiográfica
contemporânea para responder a estas demandas.
Alimentando o debate e a dialética entre Ed. Básica e Ensino
Superior talvez consigamos galgar mais espaços e o respeito que ainda não temos
por parte de alguns (infelizmente muitos) colegas historiadores – historiadores
como nós, é sempre bom lembrar!
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